sexta-feira, 10 de junho de 2011

       VERGONHOSA IMPUNIDADE







"A traição nunca triunfa. Qual o motivo?/Porque. se
triunfasse, ninguém mais ousaria chamá-la de traição"


J. Harington




Justiça é dar a cada um o que é seu; os desiguais

devem ser tratados de forma desigual".


Ruy Barbosa




"O que mais me preocupa não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que me preocupa é o silêncio dos bons"


Martin Luther King











A decisão do Presidente em exercício da Câmara de Vereadores da cidade de Campanha, vereador Gilson César Prock, de encerrar os trabalhos da CPI que apura a ação delituosa do Presidente da Casa, vereador Pedro Messias, flagrado vendendo "anfetamina" a um motorista de caminhão, além de ser um ato à custa da verdade, da razão e da justiça, sem fundamento em regras e leis, também deixa clara a existência de um conluio entre os vereadores que compõem a Câmara Municipal da cidade, com objetivo explicito de não punir o vereador transgressor da lei.


Nada mais abominável do que o conluio e a corrupção, ainda mais se praticado por representantes do povo, cujos proventos são pagos pelo contribuinte, e os poderes a eles conferidos foram outorgados por seus eleitores. O conluio é um ato amoral e aético, com agravante de enganar e defraudar pessoas, traindo-as com vistas à obtenção de vantagens pessoais.


Ha de se suspeitar também da correição da comissão que compõe a CPI, mesmo com a alegação de que irão entrar com mandado de segurança contra a decisão do presidente da casa. Em 60 dias, nada concluíram de objetivo e, ainda, perderam todos os prazos que tinham para apuração dos fatos. Ora, Campanha é uma cidade pequena, com um população urbana de cerca de 5.000 habitantes, o que favorece qualquer tipo de investigação. Ainda mais que, no caso ora tratado, está suficientemente comprovada a autoria do delito, exibido em rede nacional de televisão, em horário nobre, sendo o vereador Pedro Messias mostrado, com total nitidez, negociando a venda de anfetamina e, ainda, orientando o motorista sobre como usar o produto.


O conluio está intimamente associado à corrupção, pois nas duas práticas existe uma característica comum: a ação de desviar deveres formais da função pública para satisfazer interesses pessoais, ou de um grupo fechado e, geralmente, com vantagem pecuniária.


Ao tecer esses comentários, não faço suposições levianas, tampouco estaria pré-julgando. Baseio-me unicamente em fatos públicos e notórios, que evidenciam a repugnante conduta dos senhores vereadores.


Cabem aqui duas perguntas: onde e como o vereador conseguiu uma droga de uso controlado, de comercialização proibida? E, diante dos fatos sobre os quais hoje nos debruçamos, estupefatos, o que levaria os senhores vereadores a darem abrigo a um inescrupuloso e transgressor da lei? Não sabem que estão levantando suspeitas contra eles próprios, e traindo aqueles que lhes proporcionaram, pelo voto, suas respectivas eleições? É lastimável assistir a coisa pública ser trocada pelo interesse pessoal e, possivelmente, por motivos inconfessáveis.

Porém, se os motivos são inconfessáveis, evidentes são as provas de que, de forma generalizada, o que existe hoje na Câmara Municipal é um conjunto de ações suspeitas e condenáveis, todas documentadas em vídeos: entrevista do presidente em exercício, quando comunicou o encerramento do processo, por perda de prazo; entrevista dos vereadores que compunham a CPI se desculpando e apresentando justificativas esdrúxulas que só os incautos acreditariam; entrevista do inescrupuloso vereador em atitude ostensiva, arrogante, se alvorando em citar normais legais, como se fosse um defensor dos preceitos legais, naturalmente achando que isso o isentaria de responsabilidade à sua ação delituosa. A quem eles pensam que enganam? Lastimavelmente, todos esses indícios levam-nos à suspeita de uma deslavada farsa levada a efeito pelo senhores vereadores que compõem a Câmara Municipal da cidade de Campanha, através de um abominável conluio entre eles.


Será que nessa vergonhosa excrescência praticada pela Câmara Municipal de Campanha existe algum vereador que não pactuou com essa sórdida traição? Sim, porque nesse contexto houve, sem dúvida alguma, uma traição. Traição à comunidade Campanhense e, em particular, aos eleitores.


Segundo os psicólogos, vários são os fatores que levam à traição de um povo, particularmente, a seus eleitores, sendo o mais comum a falta de cultura. Estaria a Câmara de Vereadores de Campanha nivelada por uma inferioridade cultural?


Em relação ao eleitorado Campanhense, espera-se que saiba exercer sua cidadania, e que seja cônscio de sua responsabilidade, rejeitando esses vereadores que renegaram a condição de legítimos representantes do povo, em favor de um forasteiro inescrupuloso que veio para denegrir a imagem desse solo abençoado, da nossa Campanha, orgulho de um povo, e que tanto nomes ilustres deu ao Brasil, ao longo de sua virtuosa história.

Tarcisio Brandão de Vilhena

vilhenatbv@hotmail.com
http://vilhenatbv.blogspot.com
http://vergonhosaimpunidade.blogspot.com







sábado, 14 de maio de 2011

CONVOCAÇÃO

                
 
      AO POVO DE CAMPANHA
                 



                    A honra do homem público, especialmente a do que exerce mandato político, representação máxima da democracia, não é somente o reflexo pessoal do parlamentar diante de si mesmo. Honra é um conceito muito mais amplo, que envolve sua imagem perante terceiros, perante a sociedade e perante seus pares da Câmara Municipal ou de qualquer esfera administrativa. Por qualquer ângulo que se analise, sob qualquer prisma, honra é ter, em todas as circunstâncias da vida cotidiana, a mesma uma conduta digna.
                       Assim, o decoro parlamentar nada mais é do que uma expressão sucinta para representar a dignidade moral, a honradez e a integridade que todo membro da Câmara Municipal deve ter ao exercer sua função. No trato de fazer leis, o vereador eleito pela comunidade para representá-la deve personificar o agente público de conduta e postura irrepreensíveis e compatíveis com a grandeza moral e com a credibilidade do mandato que lhe foi outorgado pelo voto popular.
                      Mandato este que é uma honraria cujo exercício, por premissa, se torna uma distinção confiada a quem reúne integridade indispensável ao decoro. Sendo, portanto, premissa, é inadmissível que o seu ocupante não possua qualidade moral e respeitabilidade elevadas, essenciais para que se corresponda à tamanha investidura.
                     Ainda por ser premissa, e estendendo esse conceito ao conjunto, nenhum corpo legislativo, em qualquer momento, deve albergar corruptos. Em qualquer parte do mundo e em qualquer tempo, o legislativo deve manter sua integridade, conforme determinarem as leis e os costumes vigentes. No tempo presente, em Campanha, devemos ir ainda mais adiante, e exercer nossa cidadania de forma efetiva e concreta, a fim de contribuir para o desmantelamento dos esquemas delituosos.
                     Para que isso se torne realidade, convocamos a população, os jovens, os estudantes, para tomarem as ruas, as praças, e exigirem dos vereadores que ocupam o seu dever cívico que mantenham intacta sua honra e não traiam os eleitores que lhes concederam o mandato. Deste modo, também manteremos intacto o histórico de nossa cidade, evitando que ele seja atirado às trevas medievais.
                    Os senhores vereadores da Câmara Municipal não podem destruir o legado de nossos antepassados que, com fé inquebrantável, na alvorada de um novo dia, construíram a grandeza de nossa cidade, projetando-a para um futuro glorioso.
                "Campanha não é uma cidade qualquer; vede-a no seu passado de glórias, na beleza de suas atitudes cívicas, na firmeza de sua fé, na sua condição de centro irradiador de cultura e de viveiro dos melhores troncos familiáres que povoaram o abençoado Sul de Minas".


Tarcísio Brandão de Vilhena



terça-feira, 19 de abril de 2011

À CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPANHA - À Juventude Campanhese

 À CÂMARA MUNICIPAL DE
              CAMPANHA



             
               À JUVENTUDE CAMPANHENSE

                                                       "Quem perde os seus bens perde muito; quem perde um amigo
                                                                            perde mais, mas quem perde a coragem perde tudo"
                                                                                                                             Miguel de Cervantes
                           
                                                                           

                                                                "O povo brasileiro sabe votar; o problema é que os canditados
                                                                 escolhidos ditatoriamente pelas cúpulas são péssimos e não
                                                                  merecem o voto"
                                                                                                                          Hélio Fernandes           
           É triste vermos o que está ocorrendo em nossa cidade, em termos políticos. Estamos assistindo a um escândalo envolvendo a Câmara Municipal, com a degradação ética e moral de nossos representantes. A corrupção se alastra, e os senhores vereadores, ao que parece, inertes e omissos, ainda não se deram conta da gravidade do ocorido,  quando o Presidende da Câmara Municipal da cidade foi flagrado vendendo droga e o delito divulgado por matéria jornalistica em rede nacional, por uma emissora de televisão.
            Ao invés de indignação com o fato, temos a complacência dos senhores vereadores com o ato delituoso praticado pelo Presidente, por eles suportado em suas mais estapafúrdias explicações. 
            No dia 06/04, houve grande expectativa por parte da população com relação à sessão da Câmara Municipal, marcada para as 19 horas daquela data. Transmitida ao vivo por uma emissora de televisão, foi a primeira sessão após ter sido veiculado pela mídia o flagrante do  vereador, em seu posto de combustivel,  negociando a venda de medicamento controlado que, portanto, só pode ser comercializado mediante apresentação de receita médica em  estabelecimento  próprio para tal (drogarias e farmácias). Como agravante, ressalta-se que esse medicamento é proibido na Europa, por estar entre aqueles cujo  uso causa dependencia psíquica.
            Tendo em vista a gravidade do delito, enorme foi a frustração daqueles que lá compareceram e esperavam dos vereadores que compõem a Camara Municipal de Campanha uma única postura: a da decência.
            A população campanhense, mobilizada em favor da honra e da moralidade nas instituições públicas, tinha como certo que naquela a noite os senhores vereadores abririam processo de cassação do mandato do Presidente da casa. Presidente esse que não é campanhense, tendo se fixado no município após adquirir um posto de combustivel às margens da rodovia Fernão Dias.
            Desapontada e perplexa, a população é surpreendida com a presença do transgressor no plenário da Câmara. Afrontados por ela, os que lá foram na expectativa de uma condaduta digna e honrada dos senhores vereadores assistem o atual presidente da casa abrir sessão, criar uma comissão composta de três vereadores com a finalidade de apurar os fatos e verificar se houve ou não algum tipo de delito e, posteriormente, apresentar a conclusão do que foi apurado.
           Com duração de apenas 15 minutos, a sessão é encerada.
          Cabe aqui uma indagação: o que a comissão de vereadores vai apurar? Existe um fato público e notório mostrado em cadeia nacional por uma rede de televisão, onde o Sr. Pedro (Pedrinho do Alvorada) é mostrado com total nitidez negociando a venda de produto farmacêutico de uso controlado. Será apurado, então, de que maneira esse senhor adquiriu o medicamento? Pode-se até conjecturar a existência de delito adicional, mas é importante que a comissão nomeada para apurar o ocorrido atente para o que diz o ditado: "contra fatos não há argumentos". 
            Na verdade, é importante que a comissão atente para sua própria razão de ser, pois se o objetivo é apurar o que já está evidente, ou os senhores vereadores estão subestimando a inteligência da população campanhense, o que demonstra insensatez , ou estamos diante de uma atitude indgna e inconfessável.
           O legislatico municipal não pode se subjugar ao interesse de um de seus pares e, ainda, defender direito escusos. A saúde democrática está intimamente ligada à qualidade da representação; quando existe qualidade, o poder de pressão deixa de existir, passando a valer a vontade da maioria.
            Assim, a população tem o direito e o dever de pressionar os senhores vereadores para que promovam o expurgo daqueles que, indignamente, o usam seu cargo para proveito pessoal, sem defender o interesse da populaçao, traindo a confiança e a boa fé do eleitor.
           Diante desse quadro vexatório, e para  aqueles que não se conformam com a corrupção, com a desonra e com a imoralidade, não será dificil imaginar o que está ocorrendo na Câmara de Vereadores da cidade de Campanha: a edilidade engajada na defesa de um transgressor da lei. Portanto, não basta lamentar e indignar-se, esperando que os senhores vereadores, hoje anestesiados, acordem e dêem seu grito de basta a essa conduta vergonhosa que não condiz com a história de Campanha e com a tradição de uma Câmara bicentenária que, através de seus integrantes, dignificou o nome da cidade, inserindo-a no cenário nacional como exemplo de Casa culta, com maturidade política.
           É preciso cobrar, é preciso assumir nossa responsabilidade como cidadãos brasileiros, como eleitores que buscam candidatos compremetidos com a austeridade, com a honradez, com a moral e com a ética. É preciso remar contra a impunidade que impera neste país. É preciso que a juventude se mobilize e comande esse processo.
          Isto porque, as revoluções por democracia, o grito de liberdade, de mudança, somente podem ocorrer pelos jovens, pelos estudantes. A esperança de mudança tem como centro a juventude. Tivemos um grande exemplo na mobilização da juventude quando das "Diretas Já", promovida por estudantes. Quem exigiu o impeachment de Collor foram os caras pintadas. A juventude campanhense deve se inspirar nesses cenários históricos, e a partir deles criar sua própria história.
          Por outro lado, não basta termos apenas o grito da juventude, ainda que ele seja fundamental. A elite campanhense e seus políticos devem acompanhá-lo, deixando a complacência de lado e atuando de forma efetiva em prol da ética e da moralidade. A radiografia da política campanhense atual apresenta fraturas que precisam ser corrigidas com urgência, sob pena de que no momento em que quisermos retomar o caminho da decência, ele já esteja longe demais de nós.
          Os gregos entendiam a participação política e a cidadania como liberdade. Para alcançarmos essa liberdade, e não nos tornarmos reféns de uma representação popular sem autenticidade e descaracterizada de seus verdadeiros propópositos, será necessária uma grande mobilização social e popular em nossa cidade, visando restaurar a tradição e a dignidade do povo campanhense. E para isso, repito, precisamos de jovens mobilizados, que participem do quadro politico-partidário com novas idéias, novos caminhos para resgatarmos a grandeza de nossa querida Campanha.
         Os jovens não devem e não podem ficar omissos. Eles devem acreditar na sua força como instrumento de transformação, pois será através da participação consciente dos jovens na política que a cidade de Campanha se firmará como  a "CELULA MATER" do Sul de Minas, revivendo os memoráveis tempos de um passado glorioso.

Tarcísio Brandão de Vilhena